BDR ou Brazilian Depository Receipts são ativos com lastro internacional que reproduzem o desempenho de ações de empresas que operam fora do Brasil. Alguns exemplos de BDRs disponíveis são: Apple, Amazon, Dell, Microsoft, Tesla.
Ao comprar um BDR não se está comprando diretamente uma ação da empresa, e sim um título que representa esses papéis. As ações representadas por esses certificados existem no exterior, e a instituição custodiante deposita e bloqueia esses papéis, fazendo a guarda das ações. Resumindo, a instituição depositária compra as ações no exterior, essas ações ficam depositadas na conta de uma instituição custodiante, após isso, o custodiante registra um programa de BDRs na CVM e só então pode emitir os recibos no Brasil.
Os BDRs são classificados como patrocinados, de níveis I, II e III, e não patrocinados, sempre de nível I. A diferença é que as patrocinadas possuem o envolvimento direto da empresa com a instituição depositária, sem a necessidade de um custodiante. BDRs patrocinadas de nível I não precisam de registro da empresa junto a CVM e são limitados a 50 investidores. Os níveis II e III a empresa necessita registro na CVM, a diferença é que no nível 2 os ativos somente podem ser negociados por meio de esforços restritos, assim como no nível 1. No nível 3 não há essas restrições e podem ser negociados de forma simultânea no Brasil e no exterior. Conheça os BDRs patrocinados listados na B3.
Já os BDRs não patrocinados, que são a grande maioria, a decisão de emissão não parte da empresa estrangeira e sim de um custodiante, que é quem faz a intermediação. A instituição custodiante é a responsável pela divulgação de todas informações relativas a empresa. Os BDRs não patrocinados são sempre de nível 1. Conheça os BDRs não patrocinados listados na B3.
A instituição depositária tem como responsabilidade garantir que os BDRs emitidos no Brasil de fato estejam lastreados nos valores mobiliários emitidos no exterior.
Os BDRs, após emitidos, podem ser negociados no mercado secundário de forma semelhante às ações. Um investidor, ao adquirir BDR, indiretamente passa a deter ações da companhia com sede em outro país, sem que para isso tenha que abrir uma conta em uma corretora estrangeira e tampouco realizar os trâmites de um investimento internacional.
Existe também a possibilidade de comprar ETFs de BDRs, que possuem como lastro cotas de ETFs emitidos no Exterior.
Os códigos dos BDRs são formados por 4 dígitos que indicam a empresa, além de 2 dígitos finais indicando qual tipo de BDR, seguindo a relação a seguir:
- BDRs patrocinados de nível 1: não tem número de terminação fixa.
- BDRs patrocinados de nível 2: código termina em 32.
- BDRs patrocinados de nível 3: código termina em 33.
- BDRs não patrocinados: código termina em 34 ou 35.
Conheça algumas vantagens:
Acesso facilitado aos valores mobiliários de companhias estrangeiras sem ter que pagar os custos relacionados à remessa de recursos para o Exterior.
Possibilidade de elaboração de estratégias, diversificação de investimentos e arbitragem com ativos locais e estrangeiros.
Apesar de o investidor ficar exposto às variações de preços de um ativo estrangeiro, as operações são realizadas no Brasil e a liquidação é feita em reais.
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